hoje lembrei-me,
simplesmente lembrei-me, não há uma razão em concreto,
e então sentei-me no passeio duma avenida, e fiquei atenta a quem lá passava, ninguém reparou que uma das árvores da avenida tinha um ramo partido, ninguém reparou no mendigo que estava num canto a pedir moedas de dois cêntimos e quem reparou - fingiu não o fazer, toda a gente pisou a chiclete que um rapaz arremessou para o chão, toda a gente olhou para mim pensou “doida varrida”, ninguém reparou na moeda de cinco cêntimos que estava á frente dum sinal de trânsito que indicava o estacionamento exclusivo para táxis (…) mas eu continuei ali, toda a gente que ali passava era alvo do meu olhar, eu continuei ali, na esperança que alguém visse a moeda e a desse ao mendigo e o cumprimentasse, na esperança que alguém visse o ramo partido e o arrancasse com delicadeza, na esperança que alguém visse a chiclete e se desviasse, na esperança que alguém passasse por mim e perguntasse “que se passa contigo?” (…)
mas ninguém o fez, e eu muito menos …
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