mas eu ainda tinha esperança, lançava-me todas as manhãs ao quarto do pai e da mãe com a inocente esperança de que eles iriam lá estar, eu continuava a acordar a meio da noite e a chamar pela mãe, mas quem aparecia não era ela, eu continuava a por a mesa para cinco, mas a avó tirava dois pratos, eu continuava á espera que o pai chegasse do trabalho, e, empoleirada no parapeito da janela imaginava a sua chegada, perto das sete da tarde, com a sua gabardine, e a sua mala a abarrotar de papeis, sabia tão bem vê-lo chegar para minutos mais tarde poder abraça-lo e sentir o quão grande ele era, era tão bom, quando a mãe me dizia que achava lindo aquele casaco de inverno horroroso que insistia que eu levasse para a escola, tenho tantas saudades
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