«já não me afecta, senti na pele a discriminação e a parte mais negra do ser humano, e acredita que foi muito difícil para mim, muito mais do que parece, e não me venhas dizer que sabes o que isso é, porque na verdade, crua e nua, não sabes, só quem passa por isto sabe. eu era o novidade da aldeia, era a anormalzinha, era a vergonha da família, e isso destruiu-me, e onde estavas tu? viste-me cair sem amparos, e simplesmente ficas-te a assistir ao espectáculo, deixando as pessoas olharem-me de lado, e rirem-se da minha autenticidade, isso não se faz. olho-me ao espelho e sinto orgulho daquilo em que me tornei, e por muito que o contradigam, eu sou pura. porque agora é-me indiferente, já não me deixo intimidar pelos risinhos, e pelos olhares cruéis, ao contrário de ti, tive a coragem de mostrar quem eu sou, e disso nunca me envergonharei, nunca(...)»
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