anda, continua, não pares agora, por muito que te magoe. eu repetia estas palavras para mim mesmo, vezes sem conta, entre os pesados passos que tudo à minha volta me obrigava a dar, até a minha própria mente, sem se importarem comigo, sem se importarem se eu queria ou não continuar. aquela rua, 21 de janeiro, era preenchida por prédios antigos como nos bairros velhos de lisboa, prédios velhos que marcam a corrida do tempo contra nós, e o envelhecer da cidade. e eu continuava andar, mesmo contra a minha vontade, porque sabia que aqueles passos marcavam a minha despedida, sabia que aqueles passos eram um adeus. ninguém parecia ter noção disso, todos continuavam a andar, a “seguir com a vida” como se nunca tivesses existido, e no fim, eu sabia que eles acabariam por te esquecer, menos eu.
eu nunca te iria esquecer, porque o segredo foi sempre saber como dizer adeus
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